12 de junho de 2020

ATIVIDADE COMUNIDADE / ESCOLA - PROJETO MEMÓRIAS DA NOSSA GENTE



Atividade interdisciplinar de Língua Portuguesa e História
Professores: Fabiane Oliveira Machado (Língua Portuguesa), Prof. Silvana de Brito Silva (História) e Prof. Me. Matheus Melo Barcelos (História)

Projeto: Memórias da nossa gente
Relatos de vida de moradores do município de Martinópolis


Entre os dias 08 e 10 de junho de 2020, realizamos atividades diferenciadas em comemoração ao Aniversário de Martinópolis. Dentre elas fizemos o projeto “Memórias da nossa gente”, nas disciplinas de Língua Portuguesa e História, que envolveu alunos do 6º ao 9º ano. Primeiramente, trabalhamos os fatos e dados da história do município e depois solicitamos aos alunos que fizessem entrevistas com os pais ou avós afim de coletarem informações para a produção de um relato sobre a vida deles na região. Sendo assim, publicamos a seguir alguns dos textos produzidos pelos alunos para que toda a comunidade possa ter contato com um pouco da história de seus moradores.




Aluno(a): Kaylaine Alves da Silva
Turma: 6º ano
Morador (a) entrevistado(a): Julita Dantas

A minha avó veio da Paraíba em 1977. Ela veio de ônibus com a família. Foram três dias de viagem até São Paulo. De São Paulo veio até Martinópolis de trem. E de Martinópolis para o Teçaindá veio de ônibus.

Ela foi morar e trabalhar no Sítio São Luis. Lá ela fazia de tudo e plantava e colhia algodão. A colheita era manual e naquela época trabalhavam muitas pessoas.

Agora ela está aposentada. Ela veio da Paraíba porque estava passando necessidade e hoje tem uma casa aqui no Teçaindá, na qual já faz 25 anos que ela mora.




Aluno(a): Luis Gustavo Rodrigues de Oliveira
Turma: 6º ano
Morador (a) entrevistado(a): Alexsandra Rodrigues dos Santos

Minha mãe veio de Rancharia para Martinópolis, porque o meu pai estava desempregado e precisava trabalhar. A região de Martinópolis tinha oferta de empregos em sítios e fazendas.

Já faz uns 9 anos que eles moram no município que é muito bom para morar. Um lugar que eles gostam muito em Martinópolis é o balneário, pois é uma área de lazer.  




Aluno(a): Mariane Cristina Schott
Turma: 6º ano
Morador (a) entrevistado(a): José Eduardo Schott

Antigamente o meio de transporte era o trem. Já teve um acidente com um fusca, mas não lembro dos detalhes. Uma vez viajei de trem para São Paulo com a minha família.

O Teçaindá era uma estrada boiadeira, tinha vez que passava na frente do “Gricelo”. Em Martinopolis também tinha estrada boiadeira, acho que passava onde é o trevo agora. 

Em Martinópolis e no Teçaindá tinha um plantio grande de algodão. Tinha algodoeira que descascava o algodão, fazia pluma e vendia para as fábricas.

A Represa Laranja Doce foi feita na década de 60. Vinham muitas pessoas de fora para nadar nela. Morreram muitas pessoas na represa, umas porque não sabiam nadar, outras por outros motivos.

Anteriormente eu morava no quilômetro 27, lá tinha muita roça de amendoim, algodão, feijão e milho. Nasci no estado de São Paulo. Sou brasileiro.

As festas eram muito movimentadas. Vou sempre nas festas de São Pedro e Santa Luzia. 

O Teçaindá era muito alegre. Tinha corrida de cavalo e o desfile de 7 de Setembro. Aqui tinham muitos ciganos, eles usavam umas roupas grandes, tinham dentes de ouro e usavam muitas joias. O meio de transporte deles era o cavalo.




Aluno(a): Henrique Jonas Schott
Turma: 7º ano
Morador (a) entrevistado(a): José Eduardo Schott

Meu pai me contou que meu trisavô veio da Alemanha para o Rio de Janeiro, juntamente com sua mulher e seus filhos.

Depois que meu bisavô cresceu, ele veio para Martinópolis juntamente com sua esposa e seus dez filhos, afim de aumentar suas terras, pois havia comprado uma fazenda nas proximidades do Teçaindá. Eles chegaram aqui na década de 30. Naquela época o Teçaindá tinha poucas casas e o restante era mata.

Aqui meu avô cresceu, casou e teve três filhos, sendo eles o meu pai, meu tio e minha tia. Meu pai continua morando no Teçaindá e também casou e teve três filhos.




Aluno(a): Gustavo de Brito Pereira
Turma: 7º ano
Moradores (as) entrevistados (as): Jessica Lima de Brito e Arlindo Soares Pereira Junior 

Minha mãe nasceu em Martinópolis e meu pai em Lucélia. Eles se conheceram em Pracinha e meu pai veio morar em um sítio perto da cidade de Martinópolis. Meu pai é campeiro e minha mãe dona de casa.

Um fato marcante de Martinópolis foi um vendaval que aconteceu em 2019. Ele destruiu parte da Prefeitura, da estação de trem, de algumas casas, entre outras coisas.




Aluno(a): Pedro Ismael Cardoso Silva
Turma: 7º ano
Morador (a) entrevistado(a): Elaine Cardoso Silva

Minha mãe me disse que quando ela era criança e morava em Caiabú, ela ficava ansiosa para chegar o mês de junho e vir para a Festa de São Pedro.

Havia muitas barracas, a missa da padroeira, leilão, baile, show, quermesse, frango assado com farofa, churrasco e no final uma linda queima de fogos.

Com o tempo algumas coisas mudaram. Não teve mais baile e queima de fogos, mas ainda assim a festa de São Pedro continua sendo muito bonita e esperada pelos habitantes do distrito e de toda a região.

Este ano não teremos a Festa de São Pedro devido à pandemia de COVID-19, mas graças a Deus teremos a Santa Missa de São Pedro, tomando os cuidados necessários e com fé em Deus ano que vem poderemos prestigiar essa grande festa.




Aluno(a): Leny Natália da Silva Klem
Turma: 7º ano
Morador (a) entrevistado(a): Anatalina Rodrigues Klem
Minha avó Anatalina andou de trem quando tinha 16 anos, indo de Martinópolis para Assis. 

Ela trabalhou na roça de algodão quando era do pai dela. Dependendo da terra, os pés de algodão ficavam mais altos do que uma pessoa. Eles viviam disso.

No começo da Represa Laranja Doce as mesas eram feitas dos troncos das árvores e os troncos menores eram os bancos. Ainda não tinha quiosques.

Minha avó já morou na fazenda Santa Bibiana. Depois de casada veio para o 25 e agora mora em Teçaindá. A origem dela é paulista. 

As festas eram com barracas feitas de bambu e encerado por cima. Ainda não tinha o barracão. A igreja era menor. Na Festa de São Pedro tinha a banda de música marcial. Ela fazia alvorada e chegava aqui em Teçaindá às 5h da manhã.




Aluno(a): Marianne Rodrigues de Oliveira
Turma: 7º ano
Morador (a) entrevistado(a): Rosemiro de Oliveira

Meu pai e minha mãe vieram morar na região de Martinópolis, porque estavam desempregados e eles acharam empregos em sítios. Eles começaram a trabalhar como agricultores, pois aqui tinha muitos recursos para trabalhar com esse tipo de atividade. No início ele tinha que tirar leite à mão, porque ele não tinha máquina para ajudar a trabalhar, mas depois ele conseguiu uma máquina. 

Estamos há 9 anos aqui na região de Martinópolis. Ela ajudou muito a minha família a crescer na agricultura, além de ser um lugar muito bonito e ter lugares turísticos.




Aluno(a): Geovana Teixeira Santos
Turma: 8º ano
Morador (a) entrevistado(a): Tatiane

Tanto antigamente, quanto agora não há muita opção de trabalho para as pessoas se sustentarem, por isso vários adultos de hoje em dia tiveram sua infância debaixo de um pé de algodão e de café e ajudavam como podiam.

Quando já podiam trabalhar os jovens ajudavam seus pais na roça, tendo somente tempo para estudar e trabalhar. “Mesmo sendo difícil, era educacional” minha mãe disse. 

Por ter uma condição financeira baixa, muitas crianças tiveram que sair da escola para ajudarem seus pais, o que prejudicava o aprendizado, mas fazia com que ficassem responsáveis mais cedo.




Aluno(a): Beatriz Batista da Silva
Turma: 8º ano
Morador (a) entrevistado(a): Patrícia Batista da Silva

Sou uma migrante que veio da Bahia. Decidi me mudar para cá por conta do sossego, da tranquilidade e da segurança que via, quando vinha a passeio.

Gosto muito das festas das Barracas que tinham em Martinópolis, pela diversidade de comidas, mas hoje não vejo mais essas festas. Frequentava-as diversas vezes e sempre gostava do que via.

Gosto também da represa, acho um lugar bonito, um ponto turístico crucial da cidade, onde se pode passar um fim de semana com a família e amigos.




Aluno(a): Luiz Henrique de Souza Oliveira
Turma: 8º ano
Morador (a) entrevistado(a): Izaura de Souza Oliveira

Tenho muitas lembranças das colheitas de algodão. Quando criança estudava na semana e no sábado ia para a colheita. Meu pai já tinha um saquinho guardado com ele para quando eu fosse. Tinha que trabalhar. Nada de brincadeira na roça.

Tinha tanto serviço que meus tios vieram da Paraíba para trabalhar com suas famílias e aqui conseguiram suas casas e seus pertences. 
As estradas eram de terra, quando chovia ficávamos atolados na lama. Para ir trabalhar era em cima de uma carreta de trator ou caminhão. E iam todos felizes, porque tinha muito serviço para quem quisesse trabalhar.

E vou dizer que sinto saudades daquele tempo onde havia muita fartura em alimentos e muito emprego, podia até escolher para quem trabalhar. Tempo que não volta mais e só ficou saudade!



Aluno(a): Maria Luiza de Souza Tote
Turma: 9º ano
Morador (a) entrevistado(a): Laurito de Souza

Meu avô Laurito saiu de Minas Gerais para Martinópolis com 13 anos. Ele veio em busca de melhorias para a sua vida. Seu trabalho era tocar lavoura de algodão.

A cidade de Martinópolis era completamente de terra. A rodoviária era perto de uma loja de roupas. Para ter acesso à Martinópolis iam de “charanga”, ônibus aberto do lado. Para ir participar das missas tinha que ir de caminhão aberto.

Sem a tecnologia, o trabalho na roça era manual. Tombavam terra com animal, passavam veneno com uma maquininha nas costas, plantavam com a matraca. Plantavam arroz para colher batendo em um tambor.

Sem o uso do celular, a comunicação entre as pessoas que estavam longe era por meio de carta enviada pelo correio de Martinópolis.




Aluno(a): Luana de Jesus Santos
Turma: 9º ano
Morador (a) entrevistado(a): Roseli Ferreira dos Santos

Quando eu era criança ia para a roça de algodão junto com meus pais. Meu pai veio da Bahia e quando chegou de lá ele sofreu muito trabalhando em roças colhendo algodão, carpindo lavouras de café. Sempre moramos na Vila Martins, mas meu pai ia até Martinópolis vender limões. 

A cidade era bem diferente, tinha mercearias, não tinha asfalto e a linha de trem funcionava normalmente. Tinha vez que meu pai esperava o trem passar, para depois vir embora. Hoje em dia a cidade mudou demais. Antes o povo vivia mais nos sítios do que na cidade de Martinópolis.

Para tombar as terras não era com máquinas igual hoje, era com um cavalo puxando uma estrutura de ferro e assim que fazia para tombar as lavouras. O café era colhido à mão e batido na peneira até que saíssem todos os ciscos.




Vídeo produzido pelo aluno Everton Daniel Fraga.
Turma: 8° ano.
Morador entrevistado: Luiz Fraga.





Vídeo produzido pela aluna Ana Beatriz Percinoto Conceição.
Turma: 6° ano.
Moradora entrevistada: Neuza Aquoti Percinoto.